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01/09/2008

Ofereço-te a boca que chupa, que suga



A minha imaginação é o esconderijo
Onde estás descansado
Nos caracóis, sossegado
Chego devagarinho
Sussurrando em murmurinho
Desejos alojados
Dou-te beijos azulados
Encosto-te a mim
Passeio-me em ti
Na relva ajardinada
Do púbis encrespado
Vejo-te crescer
Entumecer
Abandono-te assim
Quanta raiva
O descanso passou
O sossego acabou

Vou partir
Queres que fique
Também não quero ir

E pego-te então
Aperto-to na mão
Que o segue até ao topo
Cabeça de cereja avermelhada
Não to largo, não te perco
Vagueio com a língua molhada
De saliva misturada com teu húmus
Com jeito másculo pedes-me
O que te dou com os beiços

Ofereço-te a boca
Que chupa, que suga
A seiva que jorras
Na impossibilidade incontida do não transbordar

(Nhári Viana, 1956, Portugal
in "sexo feminino, meu ser", 2007, Papiro Editora)

4 comentários:

ERH()S disse...

Erotismo puro, tomei a liberdade de linkar

beijos

Nanda Assis disse...

nossa! amei de verdade, que li de novo.
bjosss...

Ly disse...

Huuummm
Um beijo sussurrado...

Zeze disse...

Lindo Lindo
Que jogo de palavras tão excitante...

Beijoka